Sair do óbvio, da repetição conhecida. Cortar as amarras, seguir com fé o estremecimento que me faz abrir os olhos para outra coisa dentro de mim, escalar a montanha interna segura apenas no levíssimo alento de uma esperança de ser, sair, sair da história antiga e previsível, entregar-me aos braços amantes de uma vindoura Eu, que sou Eu sem o ser mais…
Atravessar a ponte levadiça na hora última, que a vida é breve e o sonho elusivo, desfazer a crusta das ilusões hirtas dentro de mim, sair, sair para os inexplorados espaços interiores onde habita o canto desconhecido, sair para a entrada, para o acesso ao centro.
Largar os compassos de espera do amanhã pois o amanhã é hoje, aqui, no momento em que respiro pausadamente na rota da evolução. Sair, sair da Estrada conhecida, calcorreada há tantas vidas de desgaste e dor. Sair do sufoco, do sofrimento, gerar sem dor essa flor vibrante e fresca que é o meu caminho.
Abrir espaço para o Fogo dinâmico do avanço, o Pensamento claro e organizado, a Inteligência do Corpo e a inefável capacidade de Sonhar.
Integrar os opostos na sua metamorfose ao centro pois passou o tempo de alimentarmos o que nos desintegra.
Querer, querer esculpir a Vida a partir da Alma, vislumbrar as jóias do Divino, cultivar a Beleza, deixar um luminoso rastro à passagem…
Assim eu oro. Por mim, por ti, pelo “nós” que quer saltar da roda antiga, que nos sabe para além do que aparentemente somos e da nota que o mundo nos atribui.
Ora pro nobis!
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