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sexta-feira, 8 de novembro de 2019

A BOLHA

Às vezes fico assim. Parece que dou um salto dentro de mim mesma, um salto de silêncio e em silêncio. Perco o fio à meada, perco a vida, a lógica, o bom senso e fico a boiar dentro desta bolha onde não há nada. Ou melhor, há, mas não tem voz, não se sabe expressar.

Parece-me um espaço entre mundos, uma espécie de transporte para uma outra dimensão à qual nunca chego.
E depois de ficar assim por algum tempo, volto à minha aparente normalidade, perplexa e ainda silenciosa.

Acho que esta bolha me desperta para o sem fim do que me falta alcançar na consciência, os múltiplos véus que cobrem o caminho. Ou os caminhos, pois podem ser vários, em simultâneo, quase em competição uns com os outros, através desta personagem.


A bolha...
Não lhe consigo ver mais nenhum propósito, porque nunca chego a nenhuma conclusão, a nenhum destino.


Exausta mas, estranhamente, apaziguada, retomo depois, em geral, as funções de superfície.