É dramático ver como
as pessoas seguem cegamente qualquer onda e, hoje em dia, parece que, quanto
mais reles, mais apelativa.
A apresentação de uma
pessoa inscreve-se na manifestação do seu ser. Não falo nem de luxos nem de
formalismos, refiro-me a um respeito mínimo pela estética e por aquele velho
ditado que reza assim: "cada macaco no seu galho"! Torna-se
absolutamente patética (e ridícula, a maior parte das vezes) a prática de, em
qualquer lugar, se andar vestido como se se estivesse a fazer ginástica, a
varrer o jardim ou a sair da praia. Como se tivessemos a idade dos nossos
filhos ou quisessemos desesperadamente parecer seus irmãos...
Nos aeroportos, nas ruas, nos cafés, pairam multidões que eu diria de maltrapilhos, gente indistinta, muitas vezes pouco lavada, deselegante e sem maneiras. Estou a falar do mundo ocidental, o dito civilizado!
Lamento muito, mas as confusões na cabeça das pessoas são enormes: fealdade, andar sujo, vestimentas inadequadas (as tais que nos estão uniformizando na aparência como se fossemos apenas rascunhos grosseiros de pessoas) e maneiras pouco polidas passaram a ser "cool" e as pessoas não questionam isto (talvez por que dá trabalho).
Nos aeroportos, nas ruas, nos cafés, pairam multidões que eu diria de maltrapilhos, gente indistinta, muitas vezes pouco lavada, deselegante e sem maneiras. Estou a falar do mundo ocidental, o dito civilizado!
Lamento muito, mas as confusões na cabeça das pessoas são enormes: fealdade, andar sujo, vestimentas inadequadas (as tais que nos estão uniformizando na aparência como se fossemos apenas rascunhos grosseiros de pessoas) e maneiras pouco polidas passaram a ser "cool" e as pessoas não questionam isto (talvez por que dá trabalho).
A verdade é que a
sujeira, o barato, o despenteado, por vezes a excentricidade vulgarota tomaram
conta do mundo. As banhas são exibidas de forma desleixada, como se os seus
portadores nem disso se lembrassem, muito menos tivessem consciência da ofensa
estética que causam a quem não aderiu ao
rebanho.
Não gosto, não me
identifico, mas isto corresponde a algo, talvez represente simbolicamente a
rebelião inconsciente contra o estado das coisas, de uma certa ordem de
valores falsamente arrumada, de uma vida certeira e previsível que já ninguém
quer. Mas como também não se sabe o que
se quer, as pessoas vão-se metamorfoseando por fora, de experimentação em
experimentação, cada vez mais feias, despenteadas e mal cheirosas.
Para quê mudar de
roupa, tomar banho ou passar a escova pelo cabelo se ninguém repara, se andamos
todos à balda, se a balda é o que se usa, o que se faz, o que dá menos
trabalho…?
E as maneiras, essa
mania de dizer por favor, de abrir
portas às senhoras (pelo menos às mais velhas), dar o lugar nos transportes
públicos ou dizer bom dia e sorrir…?
Tudo uma treta, uma pirosada. Não serve para nada.
Não me conformo,
custa-me a aceitar, mas chegámos ao reino dos maltrapilhos. Símbolo de uma
decadência profunda e de perda de referenciais a nível colectivo, a aparição
desse reino sinaliza igualmente o fim de um tempo a que, inevitavelmente , se
seguirá outro, ainda velado para nós.
Convem que nos
mantenhamos alerta, que trabalhemos continuadamente na nossa consciência e não
nos deixemos apanhar na poderosa onda de moleza e inércia que atravessa o mundo,
erroneamente interpretada como moda.
Só passa a eternidade
o que é belo, profundo e o que radica na força do espírito, a qual encontra na
criatividade humana o seu instrumento de eleição.
Jamais abrirei mão
desse tesouro!
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