Assisti com gosto ao lançamento do livro “Conversas
com Animais” da Marta Sofia Guerreiro, uma médica veterinária “que comunica com
os animais e cura os seus donos”. Na pequena cidade de Reguengos de Monsaraz,
no ainda mais pequeno centro de apoio educativo que tenta promover novas
referências para a educação das gentes. Foi um encontro muito agradável, de
vinte e tantas pessoas. A energia de compreensão e amor aos animais foi-se
adensando à medida que a sessão, moderada por Felippa Lobato, avançava.
A jovem veterinária falou com simplicidade e em tom
amoroso da sua relação com os animais, o muito que lhe ensinam todos os dias e
da emocionante dedicação que a maioria deles sente pelos seus donos
(cuidadores), estando dispostos a dar a vida por eles.
Seguiu-se a tertúlia, troca de experiências
pessoais, gente comovida pela partida recente ou distante de um animal de
estimação. Num país onde as audiências são em geral apáticas, fiz e ouvi
testemunhos diversos, perguntas, o ênfase sempre posto no respeito e amor com
que os animais devem ser tratados e a nossa grande ignorância e falta de
reconhecimento ainda pelo papel que estes nossos companheiros de rota
desempenham durante a residência conjunta na Terra.
É certo que já vão surgindo, entre os humanos terrestres,
núcleos de consciência mais elevada em relação aos animais, mas sinto que ainda
nos falta muito colectivamente para um padrão comportamental aceitável nesta
área. Ele há-de, contudo, surgir e ganhar força em definitivo com a energia dos
novos paradigmas de um Mundo Novo assente nos valores do feminino da alma.
Os factos relatados passaram-se,,como disse, num
pequeno centro educativo duma cidade do interior. O produto da venda do livro
destina-se integralmente a financiar cuidados com os animais.
A bem de uma Consciência Maior.
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Memória de Einstein (em jeito de poema)
Para os meus netos e todas as crianças do mundo
o meu cão
chamava-se Einstein
era um animal belo e imponente
longo pelo louro focinho pontiagudo
olhos de mel naturalmente maquilhados
o meu cão destilava amor
o meu cão era a canificação do amor
até quando ladrava
amava as crianças e amava-nos a todos
não largava a Vovó
que o apaparicava às escondidas
comida sempre fresquinha nada de latas
um dia o meu cão fugiu
pedia-lhe o corpo o instinto
andou milhas nas praias próximas
sabe-se lá em que andanças se meteu
gritei por ele nas ruas da vila
ecoava o seu nome de sábio
na minha voz inquieta
pelas ruas
vielas à entrada dos prédios
pelos terrenos baldios postos de gasolina
nada
um dia voltou pela manhã
montinho de areia sobre o nariz afilado
corpo exausto
olhar culpado
dormiu dois dias a fio
e nunca mais fugiu
viveu muitos anos
rei do nosso jardim
até que doente e velhinho
a uivar de dor noites sem fim
decidimos que partisse
despediu-se de todos
arrastado o corpo enfermo
até cada um
o focinho longo e quente
encostado às nossas lágrimas
pela última vez
a memória do meu cão
eleva-me a consciência
Einstein sumptuosa dádiva
companheiro incomparável
não te soubemos reconhecer
devidamente
no teu dia próprio
A bem de uma consciência maior... Todos somos Um <3
ResponderEliminarObrigado, minha querida!
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