Aglomerados
de pessoas que se cumprimentam quando se encontram na rua ou no elevador, que
têm brio e empenho no trabalho e no esforço comum de evolução, que cuidam do
seu espaço e possuem por conseguinte um sentido de comunidade.
Lugares
onde a existência decorre ainda a uma escala humana e o ser não se sente
constantemente acossado e a ter de correr para não perder sabe-se lá o quê.
Acabo de
ler na revista “New Scientist” um artigo que, de algum modo, creio estar ligado
a esta percepção, pois adianta que as nações, tal como as conhecemos, podem
estar a chegar ao seu fim e que estaremos possivelmente, num futuro próximo, a
braços com um post-nacionalismo de acordo com o qual o poder estará porventura
mais localizado em certas cidades ou centros, tal como na Idade Média. Neste
tipo de solução, há obviamente o perigo do ressurgimento de nacionalismos
locais exacerbados, o que é conducente a situações de belicosidade indesejável.
Tornou-se
porém claro e incontornável que a política, tal como é praticada na
actualidade, se despiu de conteúdos válidos e os grandes poderes mundiais, como
a América e a União Europeia, não dispoem de uma estratégia coerente e de longo
prazo, indicativa para os cidadãos de um caminho futuro com sentido e causa.
A União Europeia,
por exemplo, tem tentado por todos os meios transcender a cultura, as tradições
e a opinião pública dos seus países-membro e impor, de fora para dentro, uma
ordem europeia global que a maioria dos europeus desaprova.
Sucedem-se
conflitos por toda a parte. Os catalães e os escoceses procuram, cada um por
seu lado e momento próprios, separar-se da respectiva nação-mãe, os jihadistas
fundaram o Estado Islâmico e a Rússia, aproveitando-se da onda, actua na
Ucrânia sob o falso pretexto de proteger um grupo: o dos russos residentes
naquele país.
Será bom
lembrar que antes do século XVIII não havia propriamente nações. O passaporte
ainda não havia sido inventado e as fronteiras, tal como hoje as conhecemos,
não existiam. As referências para os raros viajantes, na sua maioria mercadores
ou membros das classes nobres, eram os grandes centros nucleares como Florença,
Veneza ou Hamburgo. A era das nações e a ligação emocional a um estado nação
começou com a Revolução Francesa.
Dada a
incapacidade das grandes nações atenderem hoje de forma satisfatória os
problemas dos seus povos, põe-se a questão, cada vez mais acesa de um “retorno
a casa”, em que as comunidades sejam formadas por pessoas que se reconheçam
entre si pela via étnica e cultural e por propósitos espirituais comuns.
A história
está pejada de experimentalismos, é essa a natureza da nossa passagem pelo
planeta. Avançamos e retrocedemos através de experiências e provas várias e
estamos muito provavelmente sujeitos a impulsos cósmicos que a nossa
consciência não abarca.
Mas estou
em crer que, para que um novo mapa mundi funcionasse de forma aceitável à luz
deste novo conceito de agrupamento, seria necessário que a consciência
colectiva subisse uma oitava, deixando
definitivamente para trás os factores de corrupção e ganância que estão na
origem de tanta miséria e infelicidade para a grande maioria dos humanos
terrestres.
O fim das
nações será por agora um conceito utópico mas provavelmente de inevitável
concretização, uma vez esgotado o modelo politico-económico vigente e…a paciência
das gentes.
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NOTA: Mapas acima e por ordem de apresentação.
Mapa Europa 3.500AC, Mapa Europa ano 1000, Mapa Europa Século XXI
Mapa Europa 3.500AC, Mapa Europa ano 1000, Mapa Europa Século XXI
Concordo com a conclusão, porquanto acredito que é isso mesmo que se desenha a partir do momento em que a mudança deu início, no crescimento/evolução do planeta. AS fronteiras só existem para favorecer o que é referido no artigo. Além de que fizeram parte dum processo, duma experiência humana, de crescimento. Assim, como a moeda tem os seus dias contados. O "tempo" que tudo isso levará a realizar é uma escolha do ser humano. Cada vez mais o equilíbrio é um objectivo a atingir, diluindo-se o egocentrismo. A partilha é uma escolha que se descobre mais frutífera. Sawabona!
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