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sábado, 13 de setembro de 2014

O FUTURO DAS NAÇÕES

Acredito cada vez mais que o futuro da humanidade terrestre, para ser sustentável e representar verdadeiro progresso para a mesma, deverá construir-se sobre as pequenas comunidades, que tenham, no máximo, algumas dezenas de milhares de habitantes.
Aglomerados de pessoas que se cumprimentam quando se encontram na rua ou no elevador, que têm brio e empenho no trabalho e no esforço comum de evolução, que cuidam do seu espaço e possuem por conseguinte um sentido de comunidade.

Lugares onde a existência decorre ainda a uma escala humana e o ser não se sente constantemente acossado e a ter de correr para não perder sabe-se lá o quê.


Acabo de ler na revista “New Scientist” um artigo que, de algum modo, creio estar ligado a esta percepção, pois adianta que as nações, tal como as conhecemos, podem estar a chegar ao seu fim e que estaremos possivelmente, num futuro próximo, a braços com um post-nacionalismo de acordo com o qual o poder estará porventura mais localizado em certas cidades ou centros, tal como na Idade Média. Neste tipo de solução, há obviamente o perigo do ressurgimento de nacionalismos locais exacerbados, o que é conducente a situações de belicosidade indesejável.

Tornou-se porém claro e incontornável que a política, tal como é praticada na actualidade, se despiu de conteúdos válidos e os grandes poderes mundiais, como a América e a União Europeia, não dispoem de uma estratégia coerente e de longo prazo, indicativa para os cidadãos de um caminho futuro com sentido e causa.

A União Europeia, por exemplo, tem tentado por todos os meios transcender a cultura, as tradições e a opinião pública dos seus países-membro e impor, de fora para dentro, uma ordem europeia global que a maioria dos europeus desaprova.

Sucedem-se conflitos por toda a parte. Os catalães e os escoceses procuram, cada um por seu lado e momento próprios, separar-se da respectiva nação-mãe, os jihadistas fundaram o Estado Islâmico e a Rússia, aproveitando-se da onda, actua na Ucrânia sob o falso pretexto de proteger um grupo: o dos russos residentes naquele país.

Será bom lembrar que antes do século XVIII não havia propriamente nações. O passaporte ainda não havia sido inventado e as fronteiras, tal como hoje as conhecemos, não existiam. As referências para os raros viajantes, na sua maioria mercadores ou membros das classes nobres, eram os grandes centros nucleares como Florença, Veneza ou Hamburgo. A era das nações e a ligação emocional a um estado nação começou com a Revolução Francesa.

Dada a incapacidade das grandes nações atenderem hoje de forma satisfatória os problemas dos seus povos, põe-se a questão, cada vez mais acesa de um “retorno a casa”, em que as comunidades sejam formadas por pessoas que se reconheçam entre si pela via étnica e cultural e por propósitos espirituais comuns.

A história está pejada de experimentalismos, é essa a natureza da nossa passagem pelo planeta. Avançamos e retrocedemos através de experiências e provas várias e estamos muito provavelmente sujeitos a impulsos cósmicos que a nossa consciência não abarca.

Mas estou em crer que, para que um novo mapa mundi funcionasse de forma aceitável à luz deste novo conceito de agrupamento, seria necessário que a consciência colectiva  subisse uma oitava, deixando definitivamente para trás os factores de corrupção e ganância que estão na origem de tanta miséria e infelicidade para a grande maioria dos humanos terrestres.

O fim das nações será por agora um conceito utópico mas provavelmente de inevitável concretização, uma vez esgotado o modelo politico-económico vigente e…a paciência das gentes.
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NOTA: Mapas acima e por ordem de apresentação.
Mapa Europa 3.500AC, Mapa Europa ano 1000, Mapa Europa Século XXI

1 comentário:

  1. Concordo com a conclusão, porquanto acredito que é isso mesmo que se desenha a partir do momento em que a mudança deu início, no crescimento/evolução do planeta. AS fronteiras só existem para favorecer o que é referido no artigo. Além de que fizeram parte dum processo, duma experiência humana, de crescimento. Assim, como a moeda tem os seus dias contados. O "tempo" que tudo isso levará a realizar é uma escolha do ser humano. Cada vez mais o equilíbrio é um objectivo a atingir, diluindo-se o egocentrismo. A partilha é uma escolha que se descobre mais frutífera. Sawabona!

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