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sábado, 5 de novembro de 2011

O SER DE AQUÁRIO E O CANTO DE ANDRÉ

Após o canto, que lhe escoava da alma como luminoso nutriente da hora passante, falou e as palavras encontraram as suas irmãs esquecidas dentro de mim. As palavras dançaram o regozijo da identidade e senti o bafo inconfundível da Alegria.

A civilização anda à deriva, há muitos políticos mas não existem verdadeiros chefes de estado, as uniões são falsas, a prosperidade é falsa, as promessas foram vãs e as grandes conquistas que a humanidade alcançou desde o séc XIX, sob a forma de direitos e benefícios sociais, assentam afinal numa frágil e ilusória bolha que maquiavélicos alfinetes furam metodica e diariamente.

Vastas franjas da humanidade terrestre, na ordem dos biliões, nem sequer suspeitam que são ignorantes. Vegetam à sombra de uma inquestionada normose,  autómatos programados, seguros dos seus passos na inconsciência total da sua condição de marionetas, habilmente manipuladas por mãos ocultas e preversas.É a Cãmara das Trevas Exteriores.

Quando o ser humano transita para a consciência dessa ignorância, ele dá um verdadeiro salto quântico pois alarma-se, porque sabe agora nada saber. Entrou na Câmara da Ignorância.

É a partir deste ponto que se abrem as infinitas avenidas de acesso ao conhecimento. O ser humano, que sabe nada saber, busca conhecer, ir mais além ou mais adentro e despontam assim portais  nos horizontes da sua caminhada.  Câmara do Conhecimento.

Só a sabedoria nos permite realmente amar, o fulcral verbo tão levianamente conjugado...Câmara da Sabedoria.

E quem AMA pode. Quem alcança este ponto, quem ama de verdade encontra um sentido  de continuidade sagrada na existência, perde o medo e tem a coragem de nutrir os impulsos do seu ser essencial numa aparente indiferença aos espasmos globais, ao inculcar da desconfiança e da distância entre os seres em que as forças involutivas estão apostadas. Câmara do Poder.


Só neste percurso de coragem com a nossa interioridade será possível recuperar a soberania perdida e alcançar a vida mais abundante que o Ser de Aquário e o límpido canto de André nos prometem.


Quadro: Victor Vasarely.

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