A interioridade é um vasto campo povoado de flores húmidas e desconhecidas e que em si mesma contem o pressuposto daquilo a que chamamos verdade.
Habita-nos,
como repositório silencioso de um leque infinito de caminhos em direcção a nós
mesmos
As
chagas da ignorância e do descuido, as máscaras sociais e o continuado e
desconexo ruído exterior impedem-nos a vera entrada no mundo gerador do
movimento ascensional.
Não
posso julgar a interioridade a partir do que é exterior, impossível proceder à
releitura da vida à luz do olhar que se move de fora para dentro.
Assim,
ser que me escutas, contempla de novo e outra vez a árvore, a água corrente na
ribeirinha, o olhar da criança perplexa. Não penses nada, não queiras coisa
alguma, senão percepcionar com os sentidos de dentro a latência da vibração.
Confia no que te é interior pois assim serás capaz de transpor os limites da
ilusão e reinteriorizar as dimensões da alma.
Segue
com fervor os impulsos que daí nasçam pois é fácil que se esvaiam na inércia.
Sente
o sopro que passa, os sinuosos contornos do que aparentas desconhecer,
empenha-te - corpo, alma, coração, tudo – na educação da subjectividade.
Conduz, portanto, para fora aquilo que está dentro, alheia ao julgamento alheio. Deste modo se
nutre a consciência holística que volta a juntar o que o mundo dito real
separou.
Regressa
à casa que te é própria, rega num gesto amoroso os secretos jardins que alindam
as tuas múltiplas caminhadas, permite-te a misteriosa claridade das estrelas,
Tudo
isso é o que mais te desejo
Com
amor.
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