A forma que me
reclama vem do fundo do olhar de um sagrado em ligação estreita com o conhecimento imoderado da vida em todas as suas
expressões, visíveis e invisíveis. Para dela mais me acercar, essencial que me
continue a situar na periferia de um mundo enlouquecido, desligada de normas
aberrantes, pois o meu caminho faz-se de modo transgressório, poeticamente
montada na sabedoria do sonho cujo canto embate na ordem vigente.
Vestida de uma eterna vigilância,
suspeito de tudo o
que não engatar com a sabedoria das entranhas pois o
que não faz sentido prende-se em
geral com a falsificação da realidade. A unidade
para mim é visceral e o meu contrato é com a Esperança, companheira constante
num trilho de contornos inquietos mas desbravadores.
Aspiro à consonância com o ritmo cósmico, desligada
das armadilhas do quotidiano, imersa nos fluxos da Supravida, apanhadora de
sonhos livres, de voos íntimos e audazes, insubmissa ante a autoridade terrena, fabricada
com motivos ulteriores..
Prossegue, contudo, o consenso incontornável com os instrumentos da sobrevivência,
navego numa espécie de jangada em equilíbrio precário entre as margens do que
já foi e do que está para ser.
“Venha a nós o Vosso reino, assim na Terra como no Céu”.
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