We shall go on
to the end. We shall fight in France, we shall fight on the seas and oceans, we
shall fight with growing confidence and growing strength in the air, we shall
defend our island, whatever the cost may be. We shall fight on the beaches, we
shall fight on the landing grounds, we shall fight in the fields and in the
streets, we shall fight in the hills; we shall never surrender.
WINSTON
CHURCHILL
Quando nos primeiros anos da década de 90 visitei o que restava do
derrubado Muro de Berlim, senti a exaltação que muitos bem-intencionados ingénuos experimentam
frequentemente ante a queda de impedimentos absurdos e vergonhosos à livre
prática da existência humana no planeta Terra e à legítima inter-conectividade
entre todos. Tombara finalmente o Muro da Vergonha, vinte e oito anos e
montanhas de sofrimento depois da sua perversa construção. Já em 1987, Reagan
havia com arrojo desafiado Gorbachov a deitar abaixo essa parede
discriminatória entre duas metades de um mesmo povo. Há um sinal de que os soviéticos podem fazer que seria inconfundível,ca
que faria avançar dramaticamente a causa da liberdade e da paz. Secretário
Geral Gorbachev, se você procura a paz, se você procura prosperidade para a
União Soviética e a Europa Oriental, se você procurar a liberalização, venha
aqui para este portão. Sr. Gorbachev, abra o portão. Sr. Gorbachev, derrube
esse muro. Dois
anos depois, caía a aviltante muralha.
Os dias
que atravessamos, com alguém insano e imaturo na Casa Branca a vomitar a toda a
hora decretos e ordens que contrariam em absoluto o espirito de liberdade e da
necessária união entre os povos da Terra e partilha dos problemas inerentes,
está a desencadear guerras abertas por todos os lados., Estou segura que outros
alimentarão como eu, no meio do desespero, a esperança de que a absurda
presença e miserável comportamento de Trump na Casa Branca, possa catalizar a
consciência colectiva para o repúdio da fascista ordem de valores que a nova
administração procura implementar. Esta reflexão conduziu-me de volta ao
pensamento desenvolvido pelo filósofo alemão Hegel entre os finais do séc.XVIII
e as primeiras décadas do século XX, com base numa tese originalmente criada por
Fichte, seu contemporâneo. Segundo Hegel, os pilares fundamentais do progresso acabam por resultar do encontro entre a tese e
a antítese. Desse encontro e do que for possível conciliar de ambos os campos,
surge a síntese, base de todo o progresso.
Dada a impermanência de tudo quanto vivemos, quero
albergar as minhas aflições relativamente a este assunto, na brilhante reflexão
dos filosofos alemães e nutrir a esperança de que a síntese a sair do crescente
confronto possa preservar os valores fundamentais da liberdade de expressão,
criatividade construtiva, direitos das mulheres e das minorias, solidariedade
para com a carências de milhões na Terra, respeito pela Mãe-Natureza e
renascimento das grandes causas radicadas na nobreza do Espírito.
Há muros
da vergonha de muitos tipos, mas nem sempre estamos deles conscientes. Todos,
em geral, derivam da ascenção ao lugar de deus supremo da força bruta e da
adoração ao dinheiro sobre todas as coisas.
Povos da
Terra que ainda conseguem fazer ouvir a
vossa voz, não permitamos, unidos, por todos os meios ao nosso alcance, que mais
muros da vergonha se voltem a erguer. Temos já suficientes desafios nos
erguidos até hoje.
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